MEC DAISY - LIVRO ACESSÍVEL: mais autonomia às pessoas com deficiência visual
Lançada desde 24 de junho de 2009, pelo ministro da educação, Fernando Haddad, a tecnologia Mecdaisy – um conjunto de programas que permite transformar qualquer formato de texto disponível no computador em texto digital falado – é tudo o que as pessoas com deficiência visual precisam para terem acesso a obras que não estão disponíveis em Braille. É importante esclarecer que a proposta não é usar a ferramenta para substituir o Sistema Braille. Na verdade, trata-se de mais uma opção de acessibilidade que dará mais autonomia às pessoas com deficiência visual.
Baseado no padrão internacional Daisy - Digital Accessible Information System -, a ferramenta brasileira traz sintetizador de voz (narração) e instruções de uso em português brasileiro. O software permite converter qualquer texto em formato Daisy e, após a conversão, é possível manusear o texto sonoro de maneira semelhante ao texto escrito. “O Mecdaisy permite que o usuário folheie, consulte o índice, pesquise, faça comentários”, enumerou o analista de sistemas da UFRJ, João Sérgio Assis, que participou da equipe de desenvolvimento da ferramenta.
“Pelo depoimento de quem usa, sabemos que as pessoas com deficiência terão à disposição facilidades para manusear livros de maneira mais proveitosa”, afirmou o ministro Haddad. De acordo com o ministro, está sendo investido R$ 1,5 milhão em projetos de recursos tecnológicos para pessoas com deficiência, sendo que R$ 680 mil já foram investidos na criação do Mecdaisy. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com o Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Os interessados poderão baixá-la, gratuitamente, no site desta Universidade ou no portal do Ministério da Educação.
De acordo com o MEC, além dos R$ 680 mil usados para criar o programa, a pasta vai destinar ainda R$ 180 mil a cada um dos 55 centros de produção - CAPs. A ideia é produzir os livros didáticos em formato acessível para os alunos com deficiência visual dos anos finais da Educação Fundamental e do Ensino Médio das redes estadual e municipal. Atualmente, os CAPs estão realizando este trabalho em todo o Brasil.
Em Mossoró, esta produção vem sendo realizada sob a coordenação do Professor Antônio Eugênio da Silva, do Centro de Apoio ao Deficiente Visual – CADV, em parceria com as professoras especialistas Josselene Maria Marques Ferreira, Maria das Graças de Oliveira Viana, Leilimar Bezerra de Medeiros, Sandra Maria da Silva e Sandra Regina da Silva, das Salas de Recursos Multifuncionais que prestam Atendimento Educacional Especializado – AEE aos alunos com deficiência.
O material também vai integrar o Acervo Digital Acessível – espaço virtual criado pela Universidade de Brasília (UnB) para pessoas com deficiência visual.